O Mito O Anel De Giges

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Platão, o filósofo, no seu livro A República tratou de forma profunda a virtude da Justiça. Além do mito da caverna, há um outro mito, menos conhecido, o Mito do Anel de Giges. Um poder tentador… se você pudesse ficar invisível? Muito seriam injustos, outros justos… Sócrates que o protagonista do diálogo, nos aconselha a busca a justiça por si mesma. No senhor dos anéis, Tolkein utiliza a mesma ideia sobre o anel, que os Hobbits carregam.
E se Você, a partir de agora, pudesse fazer o que quiser... e, ainda, se der bem com isso??
Suponha que você pudesse ir bem naquela prova sem estudar... ou conseguir aquela quantia financeira tão necessária sem trabalhar... ou ainda, conseguisse ter controle de uma grande empresa... ou pudesse escutar qualquer conversa sem ser visto? Conquistar aquela pessoa tão cobiçada?
Bom, se você ficou curioso para saber como fazer isso... Nos acompanhe nesse episódio do superleituras que iremos falar sobre o Mito do Anel de Giges... e acredite ou não, Platão fala sobre você no Livro II da República.
Já coloque nos comentários o que vc faria se pudesse ter o poder de ficar invisível!!

Se vc está, como muitas pessoas, tentado a fazer o que for preciso para tirar vantagem... especialmente se você poder fazê-lo sem nenhuma implicação jurídica... então, Platão tem uma história para te contar

A alegoria do Anel de Giges está no livro II da República (359b – 360b). Narra a história de um Humilde pastor que apascentava o rebanho no campo após uma tempestade seguida de um tremor de terra. Esse tremor rasgou o solo e abriu uma fenda no local onde ele estava. Ele desceu pela fenda e viu um cavalo de bronze oco, e dentro tinha um cadáver de um homem que tinha somente um anel de ouro na mão do qual se apoderou. Mais tarde, Na reunião mensal dos pastores onde eram feitos os relatórios mensais ao rei a respeito dos rebanhos, Giges girou sem querer o engaste do anel e tornou-se invisível àqueles que estavam presentes. Todos continuaram a falar como se ele não estivesse ali. Espantado, ele reverteu o processo e tornou-se visível. Após repetir inúmeras vezes verificou o poder do anel. Desde modo, ele convenceu os colegas na reunião que ele fosse um dos encarregados de levar o relatório ao rei. Chegando no palácio seduziu a rainha, com a ajuda dela, matou o rei e apoderou-se do trono.

Link dos outros vídeos relacionados:

- A última aula de Sócrates: youtube.com/watch?v=-ZJaXVVB1sU
- MITO da Caixa de PANDORA: youtube.com/watch?v=2kw4iCdDT-A
- MITO DA CAVERNA: youtu.be/tswloAV-BH0
- MITO DE NARCISO: youtube.com/watch?v=8g83FHBEjU0

Vamos para as lições
Primeira Lição: Os fins não justificam os meios.
O pastor cometeu uma grave injustiça, você acredita que ele se beneficiou?
Bem, de acordo com Platão, não. Apesar do pastor ter ficado infinitamente mais rico e poderoso, Platão pensa que o pastor não se beneficiou de cometer essa injustiça.
Mas por quê? Porque apesar de ser bom ganhar alguma riqueza material ou status social, para Platão é realmente importante o COMO isso é obtido?

Platão não acha que a injustiça é o mais vantajoso. Na verdade, é o oposto!
Veja bem, de acordo com ele, a justiça é valiosa em si mesma. A pessoa justa será sempre infinitamente mais feliz - e, portanto, mais rica - que a pessoa injusta.

Platão não pensa que a bondade é derivada de ganho material ou social.
Pensando desta maneira o pastor estava errado e não só ele, porque muitas vezes, pessoas injustas conseguem muitas vantagens em empresas, passando a perno nos outros, e ficamos, talvez, com a sensação de que é preferível a injustiça do que a justiça, mas ledo engano, porque, para que o fim de uma ação seja verdadeiramente bom, os meios para consegui-lo também devem sê-lo!

Segunda Lição
“pois, a mais consumada injustiça é parecer alguém justo sem o ser” PLATÃO. República. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2000, p. 98

Muito importante para Platão não é “parecer bom, mas ser de verdade homem de bem!” PLATÃO. República. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2000, p. 98

Trazendo para os nossos dias atuais, vemos que muita corrupção no Brasil e em outros lugares, tem muita relação com a impunidade, como se diz a impunidade é a mãe da injustiça.
Quem se lembra da onda de violência e assalto quando num determinado estado do Brasil a Polícia Militar entrou em greve... vídeo.

Fica a pergunta: Quem sou eu quando estou sozinho sem ninguém me ver? Ou ainda... será que eu agiria da mesma maneira se pudesse ficar invisível?

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