A Conferência Popular pelo Direito à Cidade, até o dia de hoje, tem a adesão de mais de 600 entidades de todo o Brasil, reunindo movimentos sociais, organizações, redes e entidades nacionais, locais e regionais. Foram 230 eventos preparatórios em todo o país, reunindo milhares de pessoas. Foram debatidas propostas voltadas para a moradia popular, saúde e saneamento, lutas contra opressões de gênero e LGBTQIA+fobia, pela preservação do meio ambiente e adpatação à crise climática, pelos direitos dos povos originários, mobilidade e acessibilidade, lutas antirracistas e contra o capacitismo, pelo acesso a equipamentos culturais, dinamização de atividades artísticas e esportivas, pela cidadania das pessoas jovens e idosas, pelos direitos da população em situação de rua, por trabalho e renda, pela democracia urbana. Nosso processo preparatório prova que é possível fazer convergir anseios, esperanças e lutas pelo Direito à Cidade – entendido como o direito de construir uma nova cidade, uma nova sociedade, com novas formas de relações entre os seres humanos e destes com o meio ambiente.
Nos dias 3, 4 e 5 de junho mais de 700 delegados e delegadas se reuniram presencialmente em São Paulo para discutir, debater e pactuar uma agenda de lutas urbanas, que agora está sendo amplamente divulgada em todo o país. O documento é uma síntese das propostas desenvolvidas ao longo das 230 reuniões preparatórias por essa enorme rede de entidades populares. Trata-se do resultado do trabalho dos 700 delegados que, na Conferência, definiram nossa Plataforma de Lutas Populares pelo Direito à Cidade.
Ao longo destes últimos meses trilhamos um longo e promissor caminho, que mostra ser necessário e possível resgatar, colocar em diálogo e refletir criticamente sobre a riqueza das experiências acumuladas, reafirmando mais que nunca a primazia da luta e organização que tece solidariedades e deflagra ações coletivas no tecido social.
A Conferência Popular pelo Direito à Cidade constitui a afirmação de nossa capacidade de reconhecer as diferenças entre os muitos movimentos e lutas urbanas, e, ao mesmo tempo, de promover a convergência desta enorme e diferenciada potência presente em nossas cidades. Ela reafirma a autonomia de cada movimento e do conjunto das lutas e movimentos urbanos frente ao aparelho estatal. Ela consolida o compromisso de construir nossa unidade na diversidade e a certeza de que nas cidades se travam batalhas decisivas e que as lutas urbanas são parte essencial da luta de nosso povo para enfrentar os desafios atuais e construir a sociedade e a cidade de amanhã – justas, igualitárias, ambientalmente responsáveis.
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