Sinopse: Quais os limites do corpo e da tecnologia? Para que a cena teatral torne-se uma interface entre os aparatos orgânicos e maquínicos, ela precisa atender a quais pressupostos? De que modo as experiências atitudinais de gênero se organizam em valores estéticos e éticos da teatralidade? Esta aula visa analisar alguns elementos provenientes dos estudos de visualidades da cena e tecnologias críticas do corpo a fim de compreender o estatuto das biotecnologias da cena teatral atual. Considerando as corporalidades maquínicas e as tecnologias de gênero como imbricamentos que convocam a pensar os estremecimentos da ontologia diante dos discursos do “fim do corpo” e do “fim do gênero”, esta investigação toma a composição corpoluz como um sintagma da inseparabilidade do circuito orgânico-maquínico. Para além do campo da iluminação cênica ou de outros dispositivos tecnológicos do fazer teatral, esta aula abordará também alguns conjuntos conceituais que solicitam novas reflexões. Neste sentido, o pensamento sensível elaborado por Boal (2009), por exemplo, hoje poderia tensionar-se com as biotecnologias do pornopoder e com as estéticas dos tecnoecossistemas, como nos incita Preciado (2018). As decisões éticas de gênero da contemporaneidade, aqui cunhadas de generética, promovem inflexões transfeministas que se organizam não em encruzilhadas, mas em encruzitravas.
Dodi Leal - Professora do Centro de Formação em Artes e Comunicação (CFAC) da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), em Porto Seguro. Líder do Grupo de Pesquisa “Pedagogia da Performance: visualidades da cena e tecnologias críticas do corpo” (CNPq/UFSB). Docente permanente do PPGER/UFSB e colaboradora do PPGT/UDESC. Co-coordenadora do GT "Mulheres da Cena" da ABRACE. Realiza estudos e obras artísticas de performance e iluminação cênica, perpassando por ações de crítica teatral, curadoria e pedagogia das artes. Doutora em Psicologia Social (IP-USP) e Licenciada em Artes Cênicas (ECA-USP). Autora do livro de poesia "De trans pra frente" (São Paulo: Patuá, 2017) e dos livros teóricos “LUZVESTI: iluminação cênica, corpomídia e desobediências de gênero” (Salvador: Devires, 2018) e “Pedagogia e Estética do Teatro do Oprimido: marcas da arte teatral na gestão pública” (São Paulo: Hucitec, 2015). Organizou o livro “TEATRA DA OPRIMIDA: últimas fronteiras cênicas da pré-transição de gênero” (Porto Seguro: UFSB, 2019) e co-organizou, juntamente com Marcelo Denny, o livro "Gênero Expandido: performances e contrassexualidades" (São Paulo: Annablume, 2018).
Mediação: Profª Drª Mara Leal (PPGAC/UFU) e Whander Allípio (Mestranda, PPGAC/UFU)
Organização: Profº Drº Eduardo De Paula (Coordenador do PPGAC/UFU, 2021 - 2023)
Arte Gráfica: Camila Amuy (PPGAC/UFU)
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