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MUNANGA, Kabengele e GOMES, Nilma Lino. O negro no Brasil de hoje. São Paulo: Global, 2016.
"O negro no Brasil de hoje" é uma obra escrita por Kabengele Munanga e Nilma Lino Gomes, publicada em 2016 pela editora Global. O livro aborda a questão da população negra no contexto contemporâneo do Brasil.
Os autores trazem uma análise profunda sobre a realidade vivida pelos negros no país, destacando suas trajetórias históricas, lutas, resistência e desafios enfrentados na sociedade brasileira atual. O livro explora diversos temas, como racismo, desigualdade social, discriminação e a importância de políticas de inclusão e valorização da cultura afro-brasileira.
Ao longo da obra, Munanga e Gomes discutem a construção social da identidade negra e como o racismo estrutural permeia diversas instituições e relações no Brasil. Eles também apresentam dados e estatísticas que evidenciam a situação desigual enfrentada pelos negros em áreas como educação, saúde, emprego e acesso à justiça.
Além disso, os autores enfatizam a necessidade de políticas públicas e ações afirmativas que promovam a igualdade racial e a valorização da diversidade cultural do país. Eles propõem uma reflexão sobre o papel de cada indivíduo e da sociedade como um todo na luta contra o preconceito e a discriminação racial.
Em suma, "O negro no Brasil de hoje" é uma obra que busca sensibilizar o leitor sobre as questões raciais do país, contribuindo para uma maior compreensão das desigualdades enfrentadas pela população negra e estimulando o engajamento na busca por uma sociedade mais justa e inclusiva.
Para entender o negro no Brasil de hoje: história, realidades, problemas e caminhos", escrito por Kabengele Munanga e Nilma Lino Gomes em 2004, que faz parte da coleção Viver, Aprender, produzida pela ONG Ação Educativa em parceria com a Global Editora. A pesquisa analisa o texto dos autores sob a ótica dos conceitos de Alteridade e Identidade.
O texto começa discutindo a chegada dos europeus à América, marcando o início da modernidade, quando o "Eu" europeu se encontra com o "Outro" não-europeu, neste caso, os negros. A construção da identidade europeia foi forjada a partir da estereotipação do "Outro", com adjetivos que ainda persistem no imaginário ocidental, reforçando estigmas e preconceitos.
O conceito de alteridade, discutido por Tzvetan Todoróv, está relacionado com a percepção que o "Eu" tem do "Outro". A visão do "Eu" sobre o "Outro" torna-se rígida, justificando e legitimando a dominação colonial. A análise também aborda como a construção do discurso colonial se perpetuou através da história, da política, da economia e da religião.
O artigo destaca a atuação do movimento negro no Brasil, que culminou em mudanças legislativas na primeira década do século XXI, com a promulgação da Lei 10.639/2003, que determina o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas. O movimento negro lutou e continua lutando contra o racismo e pela valorização da cultura afro-brasileira.
O livro "Para entender o negro no Brasil de hoje" é visto como uma importante contribuição do movimento negro para a educação das relações étnico-raciais no país. Ele aborda temas como ancestralidade, corporeidade e resistência, e sua inclusão nos currículos escolares visa garantir o direito de aprender e valorizar a diversidade cultural do Brasil.
Educação das Relações Étnico-Raciais: A ideia de educação das relações étnico-raciais busca romper com a folclorização do negro na sociedade brasileira e valorizar a cultura africana como parte integrante da construção da brasilidade.
Ressignificação da negritude: O autor Kabengele Munanga alerta para o perigo de manipulação da cultura negra pela ideologia dominante para negar a existência do racismo e promover a democracia racial.
Heranças africanas nas sociedades diaspóricas: É destacada a importância de reencontrar as heranças ancestrais africanas para valorizar a identidade negra e confrontar as práticas coloniais de dominação e escravização.
Políticas afirmativas e reparadoras: O texto menciona a necessidade de políticas reparatórias para a população negra no Brasil, que ganharam mais força a partir da década de 2000, com debates sobre cotas e a Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino de história da África e cultura afro-brasileira nas escolas.
O mito da democracia racial: É questionada a crença em uma suposta harmonia racial entre negros e brancos no Brasil, que serviu para encobrir o racismo estrutural.
- (10)MUNANGA, Kabengele e GOMES, Nilma Lino. O negro no Brasil de hoje. São Paulo: Global, 2016 ( Download)
- (4) BURKE, Peter (Org.). A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 1992 ( Download)
- Ponto de Vista - O negro no Brasil de hoje ( Download)