A abelha que nós conhecemos no Brasil como “abelha europa” ou “abelha oropa” é nativa no continente europeu.
Elas se adaptaram e evoluíram na Europa e foram amplamente “domesticadas” pelos povos gregos e romanos.
O mel era bastante consumido por essas populações. Mas, não havia a preocupação e tecnificação que temos hoje.
Não cuidavam das colônias para forneçam mel de um ano para outro.
O que existia era uma técnica rudimentar: cuidavam das abelhas (protegiam do sol, vento e frio) e forneciam pasto apícola até o momento de colher o mel. Depois disso, parte da colônia morria sem alimentação.
É muito provável que os egípcios tenham sido os precursores da tecnificação da apicultura e transmitiram esse conhecimento a outros povos, como os gregos e romanos.
As colônias costumavam ser criadas em colmos de barro ou cerâmica, tendo seu mel e cera retirados em determinadas épocas do ano.
Nesse mesmo período, os povos bárbaros consumiam o mel utilizando-se de uma espécie de extrativismo. Iam para as áreas de floresta e retiravam todo o mel de um oco de tronco de árvore.
Apesar de ter ocorrido em regiões específicas, podemos dizer que a tecnificação e profissionalização da apicultura já existe na Europa há pelo menos 4.000 anos.
No Brasil, a tecnificação da apicultura aconteceu muito recentemente.
Não podemos nos esquecer que os povos indígenas já carregavam técnicas extrativistas de mel e de criação de abelhas nativas em cabaças.
No entanto, essas não eram abelhas do gênero Apis e sim Meliponas. Há muitas diferenças entre elas e a principal é que a 1ª tem ferrão e produz muito mel e a 2ª não tem ferrão e produz pouco mel.
A apicultura é trazida para o Brasil com os primeiros colonizadores portugueses, mas só ganhou contornos de tecnificação e profissionalização há 100 anos.
No Rio Grande do Sul, Emilio Schenk foi o precursor da tecnificação da apicultura no Brasil, deixando manuais e artigos sobre o assunto.
Esses escritos e práticas por ele disseminados só chegam ao restante do Brasil nos anos 1960, quando as nossas abelhas deixam de ser “oropa” e passam a ser africanizadas, pelo cruzamento das Apis melliferas ligustica com a Apis mellifera scutellata.
Com a hibridação das espécies, a necessidade de conhecer mais e melhor as técnicas apícolas aparece e com ela o interesse na profissionalização.
A apicultura tecnificada não foi totalmente substituída pelo extrativismo do mel no nosso país.
Isso porque muitos brasileiros extraem o mel somente durante a safra e não criam as abelhas de fato.
Entendeu a diferença entre extrativista e apicultor?
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Um fraterno abraço!
Prof. Armindo Vieira Junior
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